quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Vem aí o Brincando e Aprendendo

          Bruno Prado

        O tradicional Brincando e Aprendendo, que faz parte da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Uberlândia, será realizado nesta quinta (20) e sexta-feira (21), das 8 às 17h, e no sábado (22) das 9 às 14h, no Parque Municipal Gávea, localizado à Avenida dos Vinhedos, n. 555, bairro Morada da Colina. Em sua 6ª edição, o evento, gratuito e aberto ao público em geral, contará com diversas atividades como exposições científicas, mostras, oficinas e jogos que estimulam o aprendizado, por meio de exemplos práticos do cotidiano.
           Mais informações podem ser obtidas com a professora Silva Martins, coordenadora da SNCT 2016 em Uberlândia, pelos telefones (34) 3230-9517 e (34) 3239-4596 ou pelo e-mail comissaosnctuberlandia@gmail.com.

SNCT recebe a III Mostra de Biofísica

Bruno Prado


Como parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2016 em Uberlândia, o Anfiteatro do Bloco 2A, do Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) recebeu a III Mostra de Biofísica: riscos e benefícios da radiação UV. O evento foi realizado no dia 18 de outubro e contou com a presença de pesquisadores que são referência na área.
Uma das convidadas, a professora Dra. Emico Okuno, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF/USP), falou sobre o assunto que dá nome à mostra. “Um dos principais riscos da radiação UV está relacionado à causa do câncer de pele, sendo uns mais e outros menos problemáticos. Já o maior benefício é a síntese da vitamina D. Se você fica 15 minutos ao sol durante o dia, você tem a quantidade ideal de vitamina D”, afirma.

Em sua segunda visita a Uberlândia, a pesquisadora afirma que eventos desse porte são importantes para a construção do conhecimento. “Sempre que me convidam, eu estou disponível. O conhecimento que cada pessoa adquire é algo que ela leva para o resto da vida. Buscamos sempre aprender e repassar”, conclui.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Astronomia no Parque Gávea

Adrivania Santos

Thomé Costa foi um dos participantes do Astronomia no Parque (Foto: Adrivania Santos)

         O Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica), do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia promoveu nesse domingo (16), no Parque Gávea, o “Astronomia no Parque”. Os participantes observaram , por meio de um telescópio, o planeta Saturno e a lua cheia, além de outros astros no céu de Uberlândia.
 Ivair Ribeiro, monitor do Museu, acredita que o Astronomia no Parque é uma oportunidade para popularizar a ciência, além de dar visibilidade ao Museu Dica no Parque Gávea, que ainda é pouco conhecido na cidade. 
O estudante Thomé Costa, que participou do evento,  aproveitou a oportunidade para conhecer outras atividades promovidas pelo Museu Dica. “Acho importante que a população tenha acesso a eventos como esse; é interessante questionar como somos pequenos em relação ao universo”. 

Escola Municipal expõe trabalhos na SNCT em Uberlândia

Bruno Prado

EMEI Profº Cornélia Yara Castanheira participa mais uma vez da SNCT Uberlândia (Foto: Gilberto Pereira-UFU)

De hoje (17) a 21 de outubro, das 13h às 18h, a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Professora Cornélia Yara Castanheira, que fica na Av. Jaime Ribeiro da Luz, n. 1.991, bairro Segismundo Pereira, promove a exposição dos projetos Pequeno Inventor e Pequeno Cientista. O evento reúne trabalhos dos alunos sobre o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) 2016, “Ciência alimentando o Brasil”, e terá a apresentação de um teatro infantil com receitas saudáveis.
A SNCT, em Uberlândia, será lançada oficialmente hoje, às 18h, no Centro de Convivência do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O evento tem programação confirmada até o final do mês de novembro.
 Mais informações sobre a programação da SNCT 2016 em Uberlândia podem ser obtidas com a professora Sílvia Martins, pelo telefone (34) 3230-9517, e-mail comissaosnctuberlandia@gmail.com ou pelo site http://sctuberlandia.blogspot.com.br.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Cinema e Ciência na UFU


Bruno Prado

O Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica), do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia (Infis/UFU), promove mais uma edição do Cine Dica. O projeto visa, por meio do cinema, despertar e estimular a curiosidade e o interesse pela ciência. Gratuito e aberto ao público, o evento acontecerá no próximo sábado, dia 18 de junho, às 16 horas, no anfiteatro do bloco 1X, campus Santa Mônica, com a exibição do filme “O jogo da Imitação”. Haverá emissão de certificados e pipocas para acompanhar a sessão.
Depois do filme, o professor André Backes, da Faculdade de Computação (Facom/UFU), discutirá sobre alguns campos da computação abordados no filme.

Sobre o filme
O Jogo da Imitação (2015), do diretor Morten Tyldum, abrange o contexto de criação do primeiro computador. Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usavam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas.
Mais informações pelo telefone (34) 3230-9517 ou através do e-mail dica@infis.ufu.br.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Uma nova era para a Astronomia

Por Bruno Prado

O ano de 2016 começou com uma notícia histórica para a Astronomia. No dia 11 de fevereiro, pesquisadores do projeto americano denominado Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo, sigla em inglês) captaram e comprovaram a existência de ondas gravitacionais, fenômeno previsto pelo físico alemão Albert Einstein há exatos 100 anos. A descoberta foi motivada pela detecção da colisão de dois buracos negros em 14 de setembro de 2015. Essa colisão ocorreu há mais de 1 bilhão de anos-luz da Terra. Calculou-se que estes objetos possuem 30 vezes a massa do Sol.
Ao elaborar a Teoria da Relatividade Geral, Einstein defendeu que há uma espécie de tecido chamado espaço-tempo, no qual se desenvolvem todos os eventos do Universo. Quando um objeto se move nesse tecido, sob a ação de uma força gravitacional, cria oscilações conhecidas como ondas gravitacionais, assim como um barco em movimento cria ondas na água. Demonstrar a existência dessas ondas era um dos últimos desafios pendentes da Teoria de Einstein, e representa uma nova era para a pesquisa científica, pois permite novos estudos de fenômenos que não são visíveis pela luz.
Nesta entrevista, os professores Gerson J. Ferreira e Fabricio Macedo de Souza, professores e membros do Grupo de Nanociências do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia (Infis/UFU), falam um pouco mais sobre os fenômenos físicos e a pesquisa do Ligo, destacando a importância da descoberta. Além disso, projetam o futuro para a pesquisa científica.


Colisão de buracos negros motivou as ondas gravitacionais captadas pelo Ligo. (Foto:Andy Bohn et al.)

  
O que são ondas?

Gerson: Quando definimos uma onda em um curso introdutório de Física, começamos pela definição de um pulso em uma corda. Imagine uma corda esticada, e você balança para cima e para baixo, uma vez só. Há uma deformação nessa corda que se propaga como uma onda. Outros exemplos de onda são o som e a luz [onda eletromagnética].
Fabrício: Quando você joga uma pedra na superfície de um lago você vê a formação de ondas na sua superfície, o que é uma visualização bastante popular de onda. Nós não vivemos sem as ondas. Quando nós falamos, por exemplo, estamos usando as ondas sonoras. Quando acionamos um celular, estamos transmitindo ondas eletromagnéticas.

Como definimos a gravitação?

Gerson: A gravitação é algo muito difícil de definir se pensarmos em detalhes. Para o Newton, a gravidade é uma força relacionada à massa dos corpos. Então, se dois corpos têm massa, eles se atraem. O problema é que essa atração ocorre via ação à distância, instantânea. Essa ação, filosoficamente, não pode existir, precisa ser melhor definida. Essas estranhezas são resolvidas por Einstein na Teoria da Relatividade Geral.  Nesta, entendemos o tempo como algo relativo, sendo este um componente do espaço-tempo, plano quadridimensional em que se desenvolvem os eventos do universo. Se compararmos o espaço-tempo com uma cama elástica, e nela colocarmos uma bola de boliche representando um planeta, estrela ou qualquer corpo massivo, ela se deformará, equivalendo a uma deformação do espaço-tempo. Agora imagine uma bola de gude correndo nessa manta. Ela deve sentir a influência da deformação e cair. Nesse caso, você não vê mais a gravitação como uma força, pois não se trata de uma interação entre duas partículas, mas uma partícula deformando um plano, e a outra seguindo essa deformação. Isso resolve a questão da instantaneidade, pois essa deformação leva um tempo para se propagar.
Fabrício: Vale destacar que a informação no universo caminha na velocidade da luz, levando assim um certo tempo para se propagar de um ponto a outro no espaço. A luz que sai do Sol, por exemplo, leva aproximadamente oito minutos para chegar na Terra. As ondas gravitacionais também viajam na velocidade da luz. Desse modo, suponhamos que o Sol desapareça instantaneamente. Pelo olhar de Einstein, olhando a gravitação, a Terra deve continuar orbitando em torno do Sol durante aproximadamente oito minutos, até receber a informação que ele desapareceu, já para Newton, a saída da Terra da órbita deveria ser instantânea.

Falem um pouco mais sobre a formação das ondas gravitacionais?

Gerson: Pensando na analogia do espaço-tempo como uma manta elástica, ao agitar essa manta, eu crio ondulações, assim como ao agitar uma corda. São ondas de oscilações no espaço-tempo. Imagine que aquela bola de boliche está se movendo na manta. É essa dinâmica que cria ondas de oscilação, da mesma forma que teremos as ondas numa superfície de água em que eu fique mexendo. São as dinâmicas que mudam o padrão das superfícies e vão se propagar a uma determinada velocidade.
Fabrício: Einstein previu a existência de ondas gravitacionais em 1916, após a publicação da sua equação de campo em 1915. O que ele percebeu foi que corpos muito massivos, ao se moverem, distorcem o tecido do espaço-tempo, produzindo pequenas ondulações que se propagam nesse tecido.

            Como os pesquisadores detectaram as ondas gravitacionais?

Gerson: O projeto Ligo usa um interferômetro ótico para medir a deformação causada pelas ondas gravitacionais. O interferômetro é composto por um feixe de laser que é separado em duas componentes apontadas em direções distintas. Cada componente percorre uma longa distância (cerca de 4 km), refletem em espelhos e retornam para se recombinar. Ao se reencontrarem, os feixes de laser, que são ondas eletromagnéticas, se interferem da mesma forma que duas ondulações em um lago podem se somar. As características da interferência dependem das distâncias percorridas por cada feixe de laser. Quando as distorções geradas pelos buracos negros finalmente atingem a Terra, geram rápidas e ínfimas contrações e expansões no espaço. Essas deformações são menores do que o tamanho de um núcleo atômico. Porém, é suficiente para modificar as distâncias percorridas pelos feixes de laser do interferômetro, afetando o padrão de interferência. Parece ser impossível de ser medida. Essa precisão é um dos feitos mais fantásticos do Ligo.


O laboratório Ligo detectou as pequenas variações e confirmou a ocorrência das ondas gravitacionais. (Foto:National Space Foundation)

Qual a importância dessa descoberta para o futuro da pesquisa científica?
         
            Fabrício: Todo o conhecimento de universo que nós temos até agora é baseado na luz, e essa descoberta trás uma nova perspectiva, pois os cientistas irão buscar novas fontes de ondas gravitacionais. Na própria colisão dos buracos negros, não poderíamos observar o acontecimento utilizando fótons, pois nem mesmo a luz consegue escapar da intensa gravidade de um buraco negro. . As ondas gravitacionais, por outro lado, permitem que os cientistas “vejam” coisas até então não acessíveis via ondas eletromagnéticas.
           Gerson: Imaginem alguém atrás da parede acendendo e apagando uma lanterna. Você não pode enxergar. A luz de uma estrela distante pode ser barrada por outras estrelas ou planetas antes de chegar à Terra. Já as deformações do espaço-tempo, as ondas gravitacionais, até onde sabemos, não são barradas pela matéria. Ela se propaga. Talvez possamos observar fenômenos que ocorreram nos instantes iniciais do universo, logo após o Big Bang. Ganhamos um novo olho.


          Quais os impactos práticos dessa comprovação para o cotidiano da humanidade?
        
          Fabrício: A pesquisa básica em Astronomia e em ciência espacial tem por tradição gerar muita tecnologia empregada no dia-a-dia das pessoas. Seja em uma cirurgia de precisão a laser ou num simples travesseiro viscoelástico.
Gerson: Ainda não temos nenhum impacto prático. Uma das aplicações da Teoria da Relatividade Geral de Einstein, e que usamos no dia a dia, é o GPS. A precisão do GPS depende de relógios situados em satélites e que são perfeitamente sincronizados em função do conhecimento que temos da relatividade do tempo prevista por Einstein. É difícil prever quais serão os impactos práticos, mas com certeza passamos agora a enxergar o universo com outros olhos. Um dos membros do Ligo afirmou que essa descoberta “é como Galileu apontando pela primeira vez o telescópio para o céu”. Antes disso, a Terra era plana, era o centro do universo. De repente mudou tudo. Quando ele apontou para o céu, era a primeira observação do universo com luz, agora temos a primeira observação com ondas gravitacionais.  Aguardamos ansiosos para descobrir o que as novas medidas irão revelar.

terça-feira, 1 de março de 2016

Sessão de cinema de graça na UFU

'Interstellar' será o primeiro filme do Cine Dica em 2016 (Divulgação)

Por Bruno Prado

 O Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica), do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia (Infis/UFU), promove mais uma edição do Cine Dica. O projeto visa, por meio do cinema, despertar e estimular a curiosidade e o interesse pela ciência. Gratuito e aberto ao público, o evento acontecerá na próxima sexta-feira, dia 04, às 19 horas, no anfiteatro do bloco 3Qcampus Santa Mônica, com a exibição do filme Interstellar.
Após a sessão, o professor Dr. Fabricio Macedo de Souza (Infis/UFU) abordará alguns campos de pesquisa da astrofísica, como buracos de minhoca (wormholes), o espaço-tempo na relatividade geral, a busca por exoplanetas e a recente descoberta das ondas gravitacionais.
O Cine Dica, coordenado pelo professor Eduardo Kojy Takahashy (Infis/UFU), teve início em 2014, ano em que exibiu os 13 episódios da série “Cosmos - Uma odisseia no espaço”.

Sobre o filme
O filme Interstellar, lançado em 2014 e dirigido por Christopher Nolan, conta a história de Cooper (Matthew McConaughey), líder de uma missão que tem como objetivo verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, visto que a Terra tem consumido boa parte de suas reservas naturais. Ao lado de Brand (Anne Hathaway), Jenkins (Marlon Sanders) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de uma nova casa. Com o passar dos anos, sua filha Murph (Mackenzie Foy e Jessica Chastain) iniciará uma própria jornada para também tentar salvar a população do planeta.